O Experimento de Desvinculação da Celestia

Como alguém que analisa fluxos de tokens desde o boom dos ICOs, já vi muitos alertas - mas a situação atual da Celestia é um exemplo claro de dissonância cognitiva. Seu cofundador, John Adler, propõe substituir o PoS por “Proof-of-Governance” (PoG), eliminando mecanismos de staking e reduzindo a emissão de tokens em 95%. No papel, é um ataque fascinante aos princípios do Ethereum.

A Ironia dos Combates à Inflação

A proposta promete resolver a queda do TIA (92% abaixo do máximo) criando escassez artificial através de:

• Eliminação de contratos de staking
• Redirecionamento de emissões para operadores de nós
• Queima diária de US$ 300 em taxas

No entanto, dados mostram que, enquanto Adler elaborava essa proposta, membros da equipe venderam 9,43 milhões de TIA (US\( 109 milhões) em negociações OTC. A maior venda foi de US\) 27,3 milhões - um sinal preocupante.

Seguindo o Dinheiro

Uma análise detalhada revela:

1. Outubro 2024: Tokens da equipe são liberados
2. Janeiro 2025: Anúncio de rodada de US$ 100M (tokens pré-vendidos)
3. Junho 2025: Proposta PoG surge enquanto investidores sofrem perdas

Coincidência? Dificilmente. Quando o COO Nick White afirma “nunca vendeu um TIA”, mas dados mostram vendas milionárias, entramos no campo da contabilidade forense.

O DAO Que Nunca Existiu

Tecnicamente, o PoG mina a descentralização:

• Validadores nomeados off-chain (oligarquia)
• Zero risco de slashing (adeus, garantias)
• Governança reduzida a teatro Adler pode acreditar no modelo, mas implementá-lo após vendas massivas cheira a manipulação. Com valuation de £35B e receita anual de US$ 500k, a Celestia precisa reconquistar confiança.