Mapa Global de Criptomoedas

O Poder Silencioso das Definições Legais

Um executivo da SFC de Hong Kong aprovou um Bitcoin ETF, enquanto seu homólogo do continente apagou o mesmo livro sob o Artigo 191 do Código Penal da RPC. Isso não é divergência de política — é código civilizacional. Em uma cidade, cripto é propriedade; em outra, é contrabando. A linha entre “ferramenta de pagamento” e “ativo ilegal” é traçada por juízes, não engenheiros.

MiCA: O Espelho de Bruxelas

A lei MiCA da UE promete “uma licença, todos os mercados”. Elegante. Mas pergunte ao Circle ou Tether por que estão excluídos da conformidade EURC — e você ouvirá silêncio. A regulação não trata de harmonia; trata de quem tem assento na mesa. A MiCA regula CBDCs ou NFTs? Bom. Então por que os bancos alemães exigem buffers de liquidez para stablecoins mas rejeitam algoritmos?

Ásia: A Guerra do Sandbox

Singapura permite VASPs com $10M em capital. Tailândia oferece férias fiscais ao KuCoin — mas bloqueia a OKX por falta de incorporação local. Enquanto isso, Indonésia muda a supervisão de Bappebti para a OJK durante a noite — porque seu banco central finalmente admitiu que cripto não é dinheiro… mas paga impostos.

América: A Fronteira Fragmentada

A SEC diz que NFTs são títulos, exceto se provado o contrário — impondo ônus aos emissores como um promotor em julgamento civil. BitLicense de Nova Iorque? Uma fortaleza com fossos digitais ao redor da Wall Street. Mas Wyoming trata cripto como moeda porque seu governador prefere memes mais que leis.

O Jogo Real Não É Conformidade — É Identidade

Rússia proíbe mineração exceto se você se registrar como empresário individual — com multas até $25K por equipamento. Arábia Saudita declara Bitcoin haram sob Dar al-Ifta — mas seu CBDC pilot supera o framework blockchain da Suíça.

Este mapa não é estático — evolui pelo precedente judicial, incentivos fiscais e medo cultural da perda financeira. Não precisamos mais leis — precisamos entender quem as escreveu, e por que temem o que não controlam.

Não estamos mais à espera pela harmonização global. A verdadeira pergunta é: Quem define valor quando o livro não mente?